Foto: Cabo da Roca, Alexandre Faria |
segunda-feira, 30 de setembro de 2019
domingo, 29 de setembro de 2019
Sinto que o mês presente me assassina, lido por André Capilé
Poema de Mário Faustino (1930-1962), escolhido no Bate-bola com André Capilé.
Sinto que o mês presente me assassina,
As aves atuais nasceram mudas
E o tempo na verdade tem domínio
sobre homens nus ao sul das luas curvas.
Sinto que o mês presente me assassina,
Corro despido atrás de um cristo preso,
Cavalheiro gentil que me abomina
Sinto que o mês presente me assassina,
As aves atuais nasceram mudas
E o tempo na verdade tem domínio
sobre homens nus ao sul das luas curvas.
Sinto que o mês presente me assassina,
Corro despido atrás de um cristo preso,
Cavalheiro gentil que me abomina
sábado, 28 de setembro de 2019
Fragmentos - exposição fotográfica
Fragmentos
Fotos: Guilherme Landim
Seleção e Texto: Alexandre Faria
Foi pensando na capa do livro O andarilho carioca, de Carlos Augusto Corrêa, que imaginei. O Gui deve ter alguma foto que sirva. Passeei pelo seu Instagram e rapidamente encontrei o que que queria. "É a minha cara", disse Carlos.
Sempre admirei o olhar de Guilherme Landim. Amante de cidades, que sou, gosto especialmente da forma como nos leva a observar o espaço urbano.
Para selecioná-las, escolhi as que mais me comoveram, pela elaboração da tensão entre a figura humana e a paisagem urbana.
Para escrever, resolvi partir do próprio título dado pelo fotógrafo à série de que faz parte a foto da capa, buscar recortes e fragmentos de textos.
A proposta da exposição é que se façam dois caminhos. Um, o das fotos; clique em qualquer uma delas e abrirá para visualizar todas. Outro, o dos fragmentos sobre as fotos. Não pretendo que sejam legendas nem comentários, mas um contraponto textual. Outra textura que se coloca ao olhar e aos sentidos, ao lado das fotos. Serão fragmentos curtos, com exceção deste primeiro, do livro Todas as cidades, a cidade, de Renato Cordeiro Gomes, a quem, aqui, também quero homenagear, in memoriam.
Bate-bola com Guilherme Landim
Guilherme Landim é o autor da foto de capa de O andarilho carioca, livro do mês de outubro do nosso Clube do Livro. Pensador de imagens, mestre e bacharel em Comunicação, atualmente desenvolve projetos teóricos e práticos relacionados à linguagem cinematográfica, com foco no documentário, com pesquisas tem no campo da Antropologia Visual e trabalhos voltados principalmente ao documentário etnográfico. Foi diretor de fotografia, roteirista e produtor do documentário Habita-me se em ti transito e está em processo de realização, como diretor, do documentário Batuque: (en)cantos de luta sobre o Batuque Afro-brasileiro Nelson Silva. Atua também como programador de mostras de cinema por meio do Cineclube Bordel Sem Paredes e em parceria com outras instituições. Ministra oficinas de cinema e arte no SESC Paulista e SESC Bertioga.
Leia a seguir nosso bate-bola com Guilherme Landim e , ao final, confira uma seleção de suas fotos feitas especialmente para o Blog TextoTerritório.
sexta-feira, 27 de setembro de 2019
Escrever está nas veias
Por que escrevo?
Carlos Augusto Corrêa
Crônica publicada na coluna "Chão de praça". Com ela o autor nos responde à provocação Por que escrevo?, nova seção do Blog.
Já andei esses anos todos conversando com escritores de todas as tendências, e a maioria concorda em um ponto. Mas qual? O ato obsessivo de escrever. Até os vinte e tantos anos eu escrevia mais movido pelo prazer e pelo sonho: a reflexão tinha igualmente a sua importância, claro. Acontece que, novinho, este sonho e prazer eram muito fortes e eu não sentia bem o lado obsessivo de escrever. Escrevia constantemente, embora sem essa consciência estar muito aflorada.
Fui chegando aos trinta e tantos anos, quarenta, e a reflexão, a consciência desse ato obsessivo foi aumentando e aí notei que o ato da escrita permanente era uma necessidade lá do íntimo de mim, não sei se do coração, do aparelho digestivo (do urinário jamais). Porém vinha de meu mais fundo dentro.
Ontem, bem ontem, nos anos 90, já madurinho da silva, resolvi escrever uma crônica por dia, vejam só!
Pátria amada, poema de Elesbão Ribeiro
jairo por pobreza
deixou a escola
na quinta série
parrudo que era
virou ajudante de pedreiro
os investimentos do governo
em moradias populares
minha casa minha vida
garantiam o feijão e a cerveja
homens brancos
homens de bem
acharam por bem corrigir os rumos da nação
quebraram a indústria
brandindo acabar a corrupção
a renata vasconcelos do JN
tá dando mão pro jairo
curso de informártica
jairo tá na fila da praça
senha 735
ele não sabe que logo mais
vai aparecer na tevê e
a renata vai falar dele
com aquele sorriso de dentistas
que não entraram no
programa mais médicos
17/09/19
Elesbão Ribeiro é autor de Estação piedade, Namorada anarquista e outras histórias e Abnegação.
Conheça o autor aqui.
deixou a escola
na quinta série
parrudo que era
virou ajudante de pedreiro
os investimentos do governo
em moradias populares
minha casa minha vida
garantiam o feijão e a cerveja
homens brancos
homens de bem
Fotos: Oswaldo Martins |
quebraram a indústria
brandindo acabar a corrupção
a renata vasconcelos do JN
tá dando mão pro jairo
curso de informártica
jairo tá na fila da praça
senha 735
ele não sabe que logo mais
vai aparecer na tevê e
a renata vai falar dele
com aquele sorriso de dentistas
que não entraram no
programa mais médicos
17/09/19
Elesbão Ribeiro é autor de Estação piedade, Namorada anarquista e outras histórias e Abnegação.
Conheça o autor aqui.
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
Bate-bola com André Capilé
André Capilé é um poeta brasileiro, nascido em Barra Mansa, Rio de Janeiro, em 1978. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Mestre em Letras pela PUC-Rio. Doutor em “Literatura, Cultura & Contemporaneidade'', também pela PUC. Autor de Rapace, Chabu e Rebute, entre outros.
Mário Faustino
Um poema imperdível?
"sinto que o mês presente me assassina", de Mário Faustino.
quarta-feira, 25 de setembro de 2019
Esconderijo - Poema de Dani Rodrigues
Renina Katz. O vermelho e o negro V.
Litografia a cores, 2010.
|
alimento o lobo escondido em meu peito
com leite
a taça cheia transborda livros e medos
rasgo tudo o que conheço
escorro pelo ralo
seco os cabelos
corro atrás de tudo quanto é sonho
fico alerta para os vermelhos e negros
que me tingem a alma de vazio
17/09/2019
Dani Rodrigues (Daniela Koeller Rodrigues Vieira) é autora do romance Davi.
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
Ana Paula El-Jaick lê "Nestes últimos tempos", de Sophia de Mello Breyner Andresen
Ana Paula El-Jaick é autora dos livros Faz duas semanas que meu amor, Tríptico e Há um colete salva-vidas embaixo do seu assento.
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