terça-feira, 28 de janeiro de 2020
Crônica de Carlos Augusto Corrêa
Crônica de
Carlos Augusto Corrêa
Viva a Escola de Cinema Darcy Ribeiro
Durante mais de dez anos, tive o prazer de passar de ônibus pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro ou Instituto Brasileiro de Audiovisual, o IBAV. E não só prazer, tive também orgulho de saber que Darcy Ribeiro projetou uma alta instituição cultural, fundada por intelectuais projetados, como Ruy Guerra, Nelson Pereira dos Santos, Cacá Diegues e Moacir Werneck de Castro.
Pois muito bem, se tive prazer e orgulho, agora tenho desprazer e decepção ao saber que o atual presidente decretou o fechamento da escola.
Agora não teremos mais aulas de direção e roteiro cinematográficos. O moço, ansioso por essa formação, ficará desfalcado. Não terá também cursos de montagem e edição de imagens e som. Que atitude pobre!
De 2002 até aqui, a Escola formou centenas de cineastas. Mostrou que o cinema é uma arte que no país merece atenção maior. Afinal, aqui atuaram Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, aqui atuam Cacá Diegues e outros. Os cineastas do futuro serão filhos culturais destes.
E agora, José? Você que é sem nome vai precisar de uma escola maior, que não ensine o moço a fazer uma arte de elogio ingênuo à pátria. Como vai ser? Que outra Escola o governo Bolsonaro vai nos dar? Que tristeza receberemos?
Sofremos um duro golpe na educação. Recentemente, funcionários-chefe da Casa de Rui Barbosa foram exonerados. Nossa existência cultural vem capengando. Esse governo, com isso, quer eliminar os "focos" de estudos marxistas. Mas como? Ele não entende que, assim procedendo, está alimentando mais e mais a indignação do mundo cultural com o governo.
Estivesse vivo, Darcy Ribeiro seria o primeiro a se bater contra essa atitude. Paulo Freire do mesmo modo engrossaria o cordão fe insatisfeitos com essa medida, que tende a nos deixar mais uma vez corados
domingo, 12 de janeiro de 2020
Estamos com os Pesquisadores Exonerados crônica de Carlos Augusto Corrêa
( A Casa de Rui Barbosa está de Luto)
Nosso país está vivendo uma época de restrições generalizadas. O atual presidente e sua equipe governamental resolveram uma vez mais incomodar nossa vida cultural e educacional.
Esta semana, .mais uma estocada. Os pesquisadores da Fundação Casa de Rui Barbosa foram injustamente exonerados. O pretexto? Uma otimização administrativa. Na verdade, todos sabemos, é outro o motivo. Eles querem tirar de postos marcantes todos que não comungam com os ideais conservadores da direita. Com tal exoneração, a produção científica nacional sofre um sensível golpe. No lugar de pesquisadores nossos de nota, exonerados, vão nomear elementos apadrinhados e sem o devido quilate pra administrarem nossa memória cultural, o que é um despropósito.
As grandes associações nacionais de pesquisa - também incomodadas com tudo que vem acontecendo desde o início desse nosso governo, se solidarizaram com os pesquisadores demitidos. Em função desse quadro desolador, todos necessitam de comparecer segunda-feira, 13 de Janeiro, a partir das 16:00, à Casa de Rui Barbosa. Uma recomendação simbólica: todos vestidos de preto, demonstrando o sentimento de perda pelo prejuízo que o governo Bolsonaro vem causando a nossa produção cultural.
Já não basta o desprestígio que impôs ao estudo da Filosofia e da Sociologia, como também da Teoria Literária. Já não basta a perseguição a professores quando quiseram usar estudantes pra delatatem os profissionais do magistério que não pensam como o governo. E agora mais esta... Estamos radicalmente contra as demissões. As páginas de Chão de Praça, sempre abertas ao que é democrático, se solidarizaram com os profissionais exonerados. E deixam de lado o seu tom sóbrio e reflexivo, com que costuma levar a crônica, pra terem nesse instante um tom de zanga.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
fotografia de cadáveres poema de oswaldo martins
fotografia de cadáveres:
a este o rosto
àquele as mandíbulas rasgadas
um apenas mãos acena ainda
outro as vísceras põe à mostra
chove sobre bagdá
(oswaldo martins – lucidez do oco)
domingo, 5 de janeiro de 2020
Sou Patriota À Minha Maneira, crônica de Carlos Augusto Corrêa
Sou Patriota À Minha Maneira
Carlos Augusto Corrêa
Enfim, 2020. Todo ano, a velha expectativa. Como não desejar o melhor pra essa nação que em 1948 me pariu, ainda sob os efeitos da Grande Guerra? Sou também brasileiro até dizer basta. Os que me conhecem bem o sabem.
Alguns outros brasileiros me solicitaram escrevesse algo que sonharia pro Brasil. Aceitei, mas com uma condição: de mostrar só um pouquinho desse meu amor ao país.
Entrei em meu quarto, pus logo música na internet. Puxei logo, logo o "Pra não dizer que não falei das flores", do Vandré. E pra quê ? Pra aumentar esse clima de amor à pátria que é algo que me toca, antes até do triste golpe de 64. Não é o mesmo amor daqueles que vivem batendo no peito com elogiosas declarações à pátria amada.
sábado, 4 de janeiro de 2020
As armas e os barões, poema de Elesbão Ribeiro
As armas e os barões
Elesbão Ribeiro
as armas e os barões grileiros
barões grileiros da terra
grileiros do pasto
grileiros da bala
barões grileiros do poder executivo
do poder legislativo
do poder judiciário
barões grileiros das igrejas
grileiros das escolas
grileiros da praça
armas e barões
que me ajustam a mordaça
elesbão ribeiro
04/01/20
sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
Não sei se meu pai bebia, poema de Cândido Rolim
Não sei se meu pai bebia
Não sei se meu pai bebia
pelos seus mortos conhecidos
como hoje eu faço
Só sei que por várias vezes o vi
mudar de tez e vagamente dizer:
que lhe seja leve a terra
quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
Poesia falada
Este ano é o centenário de nascimento de João Cabral de Melo Neto. A editora TextoTerritório convida convida os seus leitores, autores e admiradores do grande poeta a gravar um dos poemas do grande poeta.
Envie-nos sua gravação.
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