Já já
o lançamento virtual de
Primeiro ato: cachorro em cena.
Ao longo dessa semana vamos apresntar no Blog da TextoTerritório o trabalho dos autores de Primeiro ato: cachorro em cena. Mais do que um livro coletivo, trata-se de um verdadeiro ato público. A ocupação poética do Território!
O livro reúne poemas e imagens de
Ana Paula El-Jaick
Beky Gabay
Jean Arcadian
Luiz Fernando Matos Rocha
Luiz Fernando Medeiros
Márcia Carneiro
Hoje apresentamos Márcia Carneiro e o poema
Primeiro ato
Caminhando
torno-me ato,
sou o que é e o que está
sou o homem coberto debaixo
da marquise e as crianças
em malabares no sinal.
“eu também acho que minhas tentativas arquiteturais nascidas com o ‘Caminhando’ queria ser uma ligação com o mundo coletivo. Tratava-se de criar um espaço-tempo novo concreto”, disse Lygia Clarck.
Caminhando, deixo surgir um
espaço-tempo em que
saio da crença na identidade
aniquilo-me e reconstruo-me diferente
agora árvore
agora água. caminhando
me arrisco ouriço na estrada
um ser-ar-água-árvore-homem-criança-ouriço
tudo, nada.
Márcia Carneiro:
Nasci carioca e ainda bebê me deram lápis, papel e me fotografaram canhota. Em Minas me contavam histórias, e desde que tomei consciência da escrita, ela não me abandonou. Ela me fez jornalista. Com ela me ergo e por ela sou deslocada. E a escrita não me deixa parar de escrever. Canhota.
torno-me ato,
sou o que é e o que está
sou o homem coberto debaixo
da marquise e as crianças
em malabares no sinal.
“eu também acho que minhas tentativas arquiteturais nascidas com o ‘Caminhando’ queria ser uma ligação com o mundo coletivo. Tratava-se de criar um espaço-tempo novo concreto”, disse Lygia Clarck.
Caminhando, deixo surgir um
espaço-tempo em que
saio da crença na identidade
aniquilo-me e reconstruo-me diferente
agora árvore
agora água. caminhando
me arrisco ouriço na estrada
um ser-ar-água-árvore-homem-criança-ouriço
tudo, nada.
Márcia Carneiro:
Nasci carioca e ainda bebê me deram lápis, papel e me fotografaram canhota. Em Minas me contavam histórias, e desde que tomei consciência da escrita, ela não me abandonou. Ela me fez jornalista. Com ela me ergo e por ela sou deslocada. E a escrita não me deixa parar de escrever. Canhota.
Um comentário:
Ahh Márcia!! Ela disse tanto com tão poucas palavras. Parabéns.Muitas vezes esse tal tema da "identidade" bate na porta ...e temos que deglutir o passado e reinventar o presente...e mesmo assim, difícil de lhe-asimilar... Nesse poema Márcia entra direitamente na mira, mais consegue porém um vôo infinito de todo que parecia tão perto e conhecido.
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