segunda-feira, 20 de abril de 2020

Samba do Platão, de Luiz Fernando Matos Rocha


Vem aí 

o lançamento virtual de
Primeiro ato: cachorro em cena.

Ao longo dessa semana vamos apresntar no Blog da TextoTerritório o trabalho dos autores de Primeiro ato: cachorro em cena. Mais do que um livro coletivo, trata-se de um verdadeiro ato público. A ocupação poética do Território!

O livro reúne poemas e imagens de

Ana Paula El-Jaick
Beky Gabay
Jean Arcadian
Luiz Fernando Matos Rocha
Luiz Fernando Medeiros
Márcia Carneiro





Hoje apresentamos Luiz Fernando Matos Rocha e o 

Samba do Platão

Letra e música: Luiz Fernando Matos Rocha


Decidi sair de lá
E nunca mais eu vou voltar
Consegui sair de lá
Pra nunca mais me retornar
Hoje tá tudo entendido
Que eu ando comigo
Não vou duvidar
Hoje tá tudo entendido
Que eu ando comigo
Não vou duvidar

O barraco era tão abafado
Não tinha janela pra mim respirar
Era tudo sinistro, escuro
Não tinha nem luz pra mim enxergar

Coloquei uns paus e pedra
Pruma uma fogueira acender
Sozinho dentro de casa
Uma sombra esquisita parei pra ver

Tô ficando meio bolado
Tô me achando meio doidão
A danada daquela sombra
De repente, que susto, cantou um refrão:
Olá, oiá, olá, oiá, olá, oiá, olá, oiá
Olá, oiá, olá, oiá, olá, oiá, olá, oiá

Decidi sair de lá
E nunca mais eu vou voltar
Consegui sair de lá
Pra nunca mais me retornar
Hoje tá tudo entendido
Que eu ando comigo
Não vou duvidar
Hoje tá tudo entendido
Que eu ando comigo
Não vou duvidar

Eu saí meio assustado
O clarão do sol cegou meu zói
Mas aos poucos eu percebia
Luz do dia não arde nem dói:
Maravilhá, maravilhá, maravilhá, maravilhá
Maravilhá, maravilhá, maravilhá, maravilhá

Aprendi uma lição
Com a praga do dono do barracão
Do lado de fora, a sombra não mora
E quem fica lá dentro só ouve, só chora,
Escuta não, escuta não, escuta não, escuta não
Escuta não, escuta não, escuta não, escuta não

Esqueci de lhe falar, acabei de lembrar
Do nome do homi, do nome do homi, do nome do homi
Esqueci de lhe falar, acabei de lembrar
de seu Platão, Dirceu Platão, de seu Platão

Decidi sair de lá
E nunca mais eu vou voltar
Consegui sair de lá
Pra nunca mais me retornar
Hoje tá tudo entendido
Que eu ando comigo
Não vou duvidar
Hoje tá tudo entendido
Que eu ando comigo
Não vou duvidar
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá, laiá, laiá, laiá




Luiz Fernando Matos Rocha é mineiro de Além Paraíba, fronteira de estado. No entre dos lugares, jornalista-ator-professor-psicanalis(ante)-yogi, é pesquisador da fala cotidiana, sobretudo a que é sentida e pensada em voz alta para o Outro.

Fonte da base rítmica: https://www.youtube.com/watch?v=GfoWB0NEjD4

4 comentários:

Unknown disse...

Beleza,XOIAAAA, muito legal.Bem a propósito no momento,muitos precisando sair das escuridões das cavernas.

Silmatga disse...

Boa levada do samba. Adequada letra para o momento. Cada um se resolvendo com suas escuridões e luzes.
O cantor é afinado. Gostei.

Unknown disse...

Bravo👏👏👏👏

Anônimo disse...

Que maravilha!!

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