Escolhemos, para apresentar aos leitores do Blog, este poema de Carlos Augusto Corrêa, do livro Terra presente, lançamento de julho da TextoTerritório.
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Foto: Carolina Bezerra |
Não chegamos aos píncaros do próprio homem.
Os píncaros pulsam. Não afloram.
Há pouco riste à boca do morro
onde não morrem. Mas morrem
vivendo para as horas.
Por isso desde o início de toda expoliação
choras de rir.
Assim esse íntimo sob chão talvez destampes.
Não chegamos aos píncaros do próprio homem.
No esqueleto do morro (que pena!)
cada esqueleto
cada desejo entre paredes
que nem o grosso da cidade. E o grosso abraça
essa vida-não-se-alcança:
ombros para as
rotas
darrotina.
Mas do outro lado da vida
Junto a Maiakovsky
E ao bater de panelas
tu, só tu e uns tantos veem
que nossa América, chão de fendas,
acolhe os magros que não ordenam.
Mas enfrentam. Enfrentariam
por um naco de paz em moto.
Não chegamos aos píncaros do próprio homem.
Mas uma paz queremos. Tão clown.
Tão nariz de clown.
Paz de um torto, de espírito
De borco.
Paz dentro até de infantes.
E eles tanto a turbulentam
que de longe ainda a sente quem ainda geme
nas masmorras de Espanha.
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