domingo, 13 de outubro de 2019

O fascismo é ódio e idolatria, por Carlos Augusto Corrêa

O Fascismo é Ódio e Idolatria

Carlos Augusto Corrêa


Desde garoto nunca fui estimulado por meu pai, um homem de braços e abraços, a aceitar qualquer traço fascista. Pra terem ideia, o nome de Mussolini ele pronunciava mais baixo, me disse mais tarde que assim eu não me interessaria em saber sobre ele. O mesmo fez com os "nossos" líderes da direita dos anos 40, 50.

Ele me ensinou que o fascismo tem uma só cor. A cor neutra ou branca, do tipo branco azedo. O fascismo é monótono, reto demais, unilateral. O que há de mais intolerável nele? É o seu vício (esta, a melhor palavra) de só aceitar o seu pensamento.
Fotomontagem sobre bandeira.
5 de outubro de 1936, Hitler e Mussolini firmam Pacto Anti-Komintern.

Se você é um existencialista ou um marxista ou se por acaso tem uma visão que se afasta do pensamento único do fascismo, pronto..., é o suficiente pra haver a discriminação. Todo fascista que se preza não admite algo vital na convivência, que é o respeito às diferenças. Um cidadão desses nega o que não é sua ideia política, ele promove a cultura do ódio.

A pessoa é tratada como objeto, justamente por essa falta de tolerância, de respeito à diversidade. Ele rejeita a população LGBT, que passa a ser tratada como algo descartável, digno de menosprezo e agressão. Volta-se também contra o negro que luta por suas raízes, porque, se ele trava uma luta por sua identidade cultural, está ferindo o pensamento único de um fascista, que é o seu amor doentio pela pátria, esse nacionalismo exacerbado, neurótico, motivo de seu ódio e da sua intolerância. Toda essa população que recebe a hostilidade do fascismo está fadada a padecer sob o poder de um outro Pôncio Pilatos.

O fascismo limita a visão da música, da poesia, da escultura, da pintura, limita a participação política, os valores éticos que firam a sua ética. Eles jamais cantariam "meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro". Mulato, pra eles, é moreno; negro, escurinho.

Essa gente prega o ódio disfarçado na cultura da força, na produção de armas e equipamentos de guerra, no seu antissocialismo. Tudo isso tem de reforçar a sua "paz", ah aquela paz conseguida pela força das baionetas.

O que importa, então, em toda vida de um militante fascista é idolatrar tudo quanto diz respeito à pátria amada, à tal idolatrada salve|salve. Sim, salve ela, a pátria. Só não querem salvar é a riqueza de nosso íntimo, porque esta se acha fora de sua agenda hostil.

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