domingo, 5 de janeiro de 2020

Sou Patriota À Minha Maneira, crônica de Carlos Augusto Corrêa

Sou Patriota À Minha Maneira

Carlos Augusto Corrêa


Enfim, 2020. Todo ano, a velha expectativa. Como não desejar o melhor pra essa nação que em 1948 me pariu, ainda sob os efeitos da Grande Guerra? Sou também brasileiro até dizer basta. Os que me conhecem bem o sabem.

Alguns outros brasileiros me solicitaram escrevesse algo que sonharia pro Brasil. Aceitei, mas com uma condição: de mostrar só um pouquinho desse meu amor ao país.

Entrei em meu quarto, pus logo música na internet. Puxei logo, logo o "Pra não dizer que não falei das flores", do Vandré. E pra quê ? Pra aumentar esse clima de amor à pátria que é algo que me toca, antes até do triste golpe de 64. Não é o mesmo amor daqueles que vivem batendo no peito com elogiosas declarações à pátria amada.
Ah Brasil. O que espero da nação este ano? Pra isto, meus olhos de serpente vão direto em cima da educação. Quem sabe este 2020 não faça meus netos terem de novo uma escola que ajude todos eles a pensar? A ter iniciativa. Só assim, nenhum deles será mais tarde um robô com soluções antiquadas.

Sou patriota sim. Gostaria tanto de trazer educadores que amem um país aberto. Anísio Teixeira. E Lauro de Oliveira Lima? Outro grande nome. Falo pela centésima vez, com possibilidade de chegar à milésima, em Paulo Freire. Pudesse, ressuscitaria os três pra mostrarem também ao estudante como dizer não quando discordarem de algo que seja imposto.

Eu te amo, meu país, eu te amo. Esse amarelo, azul e, acrescento, negro ou branco ou grená não sei bem, podiam simbolizar um Brasil outro. Não esse atual.

Hoje o país elege como herói um Pinochet. Imaginem, o Ustra, um expert em torturas, passou a estar no mesmo plano, além de alguns bajuladores que estimulam o norte-americano a se infiltrar em nossa terra levantando uma bandeira que não é a da gente.

Sou nacionalista. Quando ouço o hino, me sinto bem perto dos heróis que quiseram o bem do país. Cito Tiradentes, Ganga Zumba, Castro Alves. E, se quiser mencionar alguém de nosso tempo, vou direto à primeira estante de uma biblioteca pública e tiro um volume que me faça ler com orgulho a vida de Oscar Niemeyer. Tiro outro e vou ler Morte e Vida Severina, de João Cabral. De tanta gente que partiu, como diz a música, e merece estar aqui comprovando esse meu amor incontestável à nação.

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