domingo, 12 de setembro de 2021

Nossa Parada Militar é Outra, Carlos Augusto Corrêa

 

Geraldo Vandré

Caminhando e cantando e seguindo a canção... Este, meu neto, é um verso que já lhe mostrei e faço questão de trazer aqui. É de uma canção de minha juventude. O verso pede que você preste atenção ao que a canção vai dizer porque ela pede que o leitor seja uma pessoa maior na história.

Quero que você seja uma Pessoa nas escolas, nas ruas, nos campos, nas construções, como diz a canção, que seja essa Pessoa reflexiva até na hora de assistir a essa parada militar de hoje. Ainda bem que torceu o nariz pro desfile, pois isso (kkk) não passa mesmo da condição de ser um isso.

Desfile militar. Exibem as armas e a capacidade armamentística do país. Que mais? Não exibem o verdadeiro nacionalismo. Ser nacionalista, neto, é luta pelo bem-,estar de nossa gente. É você ser uma criança que aprenda a pensar, depois a se valorizar pelo seu trabalho e pelo cultivo do amor concreto. Não o tal amor abstrato, chocho à pátria. Porque quem faz a pátria, já lhe disse tantas vezes, é nossa gente. Sou eu. Amanhã, você. 

Em vez de exibirem o armamento, queria ver desfilando a imagem de Portinari, Niemeyer, João Cândido. Outros? De Gregório Bezerra, de Prestes, Tiradentes e tantos brasileiros que levantaram o nome do país pelo seu trabalho. Gostaria de ver também a imagem sempre respeitada de nossa gente.

Não queira nunca seguir aquela lição que se aprende nos quartéis, de "morrer pela pátria e viver sem razão". Já lhe falei isso mais de uma vez e você, sempre que ouve, comprime o nariz com os dedos como se essas verdades cheirassem mal.

Diz a canção: "os amores na mente" e "as flores no chão". É melhor mesmo estar com a arma do amor e a disposição pro trabalho. É isto o que o país espera.

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