Mario Luiz Tavares, autor de O diário de um psicopata, enviou-nos esse inédito.
Debussy
para Priscila Lacerda
Em que pese este silencio sobre mim,
mãos invisíveis contabilizam meu ronronar
Queria sim estar cheio desse vazio que procura,
queria a loucura de te perder para encontrar,
a perda que é dádiva dos que possuem.
Queria o barulho do não
e o marulhar das águas sob seus pés em fuga
e ressentir a derrota da sua ausência.
Mas não posso.
Você é a própria água que desliza,
Corre e segue
deixando apenas a delícia sonora da água que passou.
Existir é uma metáfora
e o que ficou foi apenas música
e saudade.
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