Estátua de Paulo Freire na Suécia
Carlos Augusto Corrêa
Notícia boa pra todo brasileiro se orgulhar. Numa praça da Suécia, há uma estátua de Paulo Freire junto a Neruda, a Angela Davis e a Mao Tse Tung. Na verdade, o maior educador brasileiro figura também ao lado da feminista e sexóloga Elise Ottesen e do cientista Borgström.
Vejam vocês. Paulo Freire e alguns outros nomes representativos de nossa cultura não são reconhecidos aqui, embora recebam todas as honras do exterior. Freire foi convidado a se retirar durante a tristíssima ditadura de 64. E recentemente, com o governo atual, foi também ostensivamente discriminado pelo presidente do país. Esta semana, o chefe de nossa nação teve a coragem de chamar de energúmeno o Patrono da Educação Brasileira. Energúmeno!? Paulo Freire teria sido um abestado? Ele não viveu numa estrebaria. Não conviveu com cavalos.
Como é bom saber da honraria a Freire! Bom saber igualmente por um outro motivo: é que, se em seu país ele mereceu o menosprezo dos governantes, o restante do mundo cultural o louva. Está muito claro que equivocada está essa minoria que vem acintosamente discriminando esse educador maior.
Esses poucos rejeitam a quem é o terceiro teórico mais citado no mundo em trabalho acadêmico. Eles dizem não a quem tem mais de 35 títulos de Doutor Honoris Causa.
Tachado infantilmente de comunista, quando no mundo não existe ainda a sociedade comunista, tachado de subversivo porque revolucionou o conceito conservador e ultrapassado de educação, os seus "críticos" preferem acreditar sabem em quê? Na "fabulosa" teoria da tal Escola sem Partido, muito conhecida em algumas esquinas do país.
Tenho orgulho de ser de um país que pariu um Cruz e Sousa, um Castro Alves, um Machado de Assis. Que gerou um Drummond, um Niemeyer. Um Paulo Freire. Nomes que, de fato, não apenas por foto, levam o país a ser respeitado culturalmente no planeta.
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