Crônica de
Carlos Augusto Corrêa
15 Anos Sem Irmã Dorothy Stang
Há certas opiniões que prefiro deixar de lado e, se possível, esquecer. Esquecer, por exemplo, os delatores e os fascistas dos tempos da ditadura. Pois é, enquanto alguns se lembram do coronel Ustra, monstro que ajudou a institucionalizar a tortura no país, ponho a sua triste história no lixo, e penso saudosamente em irmã Dorothy Stang, americana nacionalizada brasileira, assassinada por defender os direitos de camponeses na Amazônia.
Nesse 2020 conturbado faz 15 anos que o crime foi cometido e o que a "nossa" justiça conseguiu? Dar um presente aos cinco acusados da brutalidade: o de cumprirem pena em regime aberto. E olhem que, se estivessem detidos sem essa facilidade, os cinco enfrentariam 117 anos de prisão.
Mas vamos igualmente pôr à parte esse mau exemplo de democracia. Lembremos que irmã Dorothy sonhava com a alfabetização dos camponeses da área. Afinal, se recebessem essa graça, poderiam melhor defender os seus direitos. Mulher lúcida foi irmã Dorothy. Passou por cima do conforto em que vivera em seu país e decidiu intervir na solução do grave problema da gente sofrida de Anapu, município paraense. E lutou, lutou até porem fim a seu projeto e a sua vida. Ela almejava a Reforma Agrária. Integrou, pra nosso orgulho, a Comissão Pastoral da Terra e lutava pelo Projeto de Desenvolvimento Sustentável, projeto de geração de renda que favorecia a famílias camponesas.
Todas essas linhas vão carinhosamente à lembrança dessa missionária que merece de nós uma verdadeira simpatia. Uma dessas admirações, amigos, que não terminam.
Um comentário:
Oswaldo, a ilustração se casou com texto.
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