Alexandre Faria |
Carlos Augusto Corrêa
De Olho na Poesia
Tudo quanto diz respeito a Lapa me interessa, e muito, sobretudo quando se trata de sua vida boêmia. Em 1984, eu já era quase quarentão, Oswaldo Martins escreveu um livro com esse título e que só veio a ser publicado mais de trinta anos depois, em 2014.
Recebi Lapa, em cuidadosíssima edição. Os olhos, claro, se arregalaram. Fui folheando/ando e dei de pronto com o texto que dá título ao livro.
Engraçado, ao lê-lo, de imediato me recordei de quem? De Oswald de Andrade. Texto de poucas palavras e que me fez recordar de alguns momentos por mim vividos ou sabidos no espaço mais carioca da cidade.
Lapa
pedaço dente bofetada
aflição de línguas - tu francesa
eu polaca - e a Lapa.
Desse texto mínimo e abrangente (e ponha abrangente nisso) não me pus a lembrar só de Miguelzinho da Lapa, Satã, Edegar, mestres na pernada carioca. Fui me lembrando dos Arcos, da Cinelândia, do casarão das francesas e polacas ali na Joaquim Silva, que só não frequentei por falta dos cruzeiros da época. E me vieram tantos outros momentos da vida diária e noturna do carioca. Ê Velha Lapa. Velha e nova, aliás sempre renovada pra um carioca da antiga. Como eu.
Um comentário:
O poema do Oswald me fez lembrar de alguns momentos vividos na Lapa.
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