domingo, 3 de maio de 2020
O Primeiro de Maio Calado Carlos Augusto Corrêa
Chão de Praça
Carlos Augusto Corrêa
O Primeiro de Maio Calado
Hoje é o dia de quem se empenha o ano inteiro pra sobreviver e poder viver. Infelizmente estamos atravessando o período da quarentena. Sofrido, cheio de restrições devido a um vírus bem corrosivo. E muito malvindo. Por isso o silêncio na cidade e no país. O povo trabalhador vai comemorar em casa e nas redes sociais.
Paira ainda uma tristeza que não deveria acontecer. Como há muitos anos não via, o país vive uma dramática recessão por conta do Covid e do próprio governo. Inflação e desemprego são realidades dolorosas que vêm incomodando o coração e o bolso do brasileiro.
Como se não bastassem todos esses aborrecimentos, corremos uma vez mais o perigo de passar por um golpe de Estado. Seria uma cena que selaria as demais dramáticas cenas recentes.
Se o povo não estivesse enclausurado em casa, hoje deveria ser um dia conturbado. De uma parte, alegria e ao mesmo tempo alívio de um povo sofrido; de outro, a tristeza de saber que temos um governo marcado pelo ódio e por severas censuras.
Que pena! Gostaria de cantar de novo a chegada de um "samba popular ", mais ou menos como o que cantamos com a vinda da Nova República. Ou dizer que "foi bonita a festa" e "fiquei contente", como Chico Buarque começou a festejar, na canção "Tanto mar", a Revolução dos Cravos em Portugal.
Infelizmente não posso. Não podemos. O país está em mãos conservadoras e vive vinstantes de indecisão, troca de insultos, promessas não cumpridas e muita repressão.
Que se esperar desse Primeiro de Maio? Ele que mais parece o Derradeiro de Maio. O que estamos sentindo é aquela sensação de estar com um grito calado na garganta, sem possibilidade - por enquanto - de sair.
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Um comentário:
Enviei ontem a vocês o texto sobre a Regina Duarte. Mas este a respeito do Primeiro de Maio é muito incisivo. E vale a pena estar aqui.
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