domingo, 24 de janeiro de 2021

Lamento, meu Rio! Carlos Augusto Corrêa


Por do sol visto do alto da zona portuária carioca.
Foto: Roberto Bianco

Sou daqueles que costumam amar a alguém ou alguma coisa, mas sem idolatria. Não, não sou esse tresloucado saindo por aí a cantar o tal eu-te-amo-meu-brasil" etc e tal.Que é isso!?Já dei provas, e muitas, de que me envolvo com a cidade que amo. O Rio está entranhado em minhas veias trabalhadoras, tenho motivos mais do que fundamentados pra agir assim, por isso até um conhecido meu bem supercrítico não me chamaria de bairrista.

E devido a esse amor tenho a obrigação de reconhecer. A cidade está machucada. Baixa aquela tristeza que não leva a desespero, senão a um andar um tanto cabisbaixo, quando ando por nossa ex-princesinha do mar e verifico o estado físico da Rua da Lapa, dos Arcos e das ruelas que levam até a Glória. Duro ver o estado físico da Barata Ribeiro, parecem ter aquelas marcas de expressão mais acentuadas dos setenta pra cima. Isto só pra falar do Centro à Zona Sul-Beleza. Imaginem o Estácio, Vila Isabel e da Vila pra cima.

O grande drama, no entanto, nem é o estado físico que já vem assim há tempos. Mais lamentável é o governo da prefeitura e do Estado. O Rio de Janeiro continua o quê...? O Gil teve razão à época. A torcida do Flamengo, o torcedor da geral, os funcionários públicos, os liberais estão em estado de lamentar. Os cofres públicos lembrando caixa d´água vazia. Um médico com mais de 40 anos de atividade cirúrgica se queixou recentemente a mim dizendo que ia receber 300 reais por uma cirurgia delicada. E o funcionalismo público que recebeu o décimo-terceiro de 2016 há uns meses. E os zés beneditos que estão vendendo mercadorias nas ruas pra ganharem um qualquer, que lembra um quase nada.

O não carioca já acariocado, que aqui vive há décadas, o conservador, desses que se acham ingenuamente verdes e amarelos, o engajado e os milhões de operários não se conformam com as gestões do prefeito e do governador, todos em uníssono estão deplorando essa ordem progressivamente desordem pública.

Há uma aluvião de queixas populares e mais uma vez, como tantas outras, fizemos palco da Cinelândia, Rio Branco e outros pontos da cidade pra protestarmos contra esse nó na garganta e esse mundo de corrupção e má administração. 

Um comentário:

Unknown disse...

Triste, muito triste a realidade.

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