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Guerra e paz, Portinari. Detalhe |
algo cala
desenterra dor
pulsa vida
no reino de Hades
devassa língua
na ferida purulenta
mina o azul
a serra
o lobo na estrada não desconfiam
da partida
Chambers
câmaras suicidas
onde tudo acaba
mediante
preenchimento
de formulário
devolvem o bilhete
da passagem
um abre-te Sésamo
outro apaga a luz
acende a vela
e atenta
a cera que escorre
lágrima rígida
como um corpo
cravo amarelo
nauseabundo velório
da existência
não há solução
para o enigma
o engano da quimera
nenhuma resposta
devora
sem pálidas virgens
lá está o verme
a terra a carne
necrofilírica imagem
do desamanhecer
gosto ácido
lava ardente
sobe a boca
água leite pó
nada adianta
este avesso
é um dentro vivo
de ânsia e nojo
sobra tanto ar
que sufoca
Um comentário:
Uau! Excelente , apreciei
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